Mega usina solar fotovoltaica de Pirapora, Minas Gerais começa a gerar energia elétrica
Localizada em Pirapora, Minas Gerais, ocupando terreno do tamanho de 1.500 campos de futebol, somando mais de um milhão de módulos solares, se tornando a maior usina fotovoltaica da América Latina, administrado pela francesa EDF Energies Nouvelles (EDF EN), teve início em setembro, e a segunda de três fases começou a produzir eletricidade.
Ao final do primeiro semestre de 2018, quando todo o conjunto estiver pronto, a usina terá capacidade para gerar 400 MW, capaz de fornecer energia para 420 mil casas durante um ano.
“É um projeto emblemático, de um tamanho excepcional, em um local que tem a vantagem de ser plano, com pouca vegetação e muito sol, perto de uma linha de alta tensão”, explica Paulo Abranches, diretor geral da EDF EN no Brasil.
Pirapora está localizada a 168 Km de Montes Claros e 350 Km ao norte de Belo Horizonte, com área de 800 hectares, colocados a 1,20 m do solo, os painéis foram fixados inclinados e giram acompanhando o movimento do sol, sob a ação de instrumento alimentado pela própria energia solar. Ao meio-dia, ficam praticamente horizontais, com o sol a pino, facilita o aproveitando máximo da radiação solar.
Segundo o Ministério de Energia, por enquanto, só 0,2% da energia do Brasil é solar de acordo com os últimos dados atualizados em agosto de 2017. “O Brasil está apenas começando a recuperar os 15 anos de atraso que tem nessa área”, diz Rodrigo Sauaia, presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
“Estamos vivendo um ano crucial, com a entrada em operação das primeiras grandes usinas de energia solar. A capacidade instalada, que era menor que 90 MW em janeiro, deve alcançar 1 Gigawatt até o final do ano, sem levar em conta outros 2 GW em fase de construção”, acrescenta.
O crescimento é facilitado pela diminuição nos custos dos painéis solares, cujo preço praticamente baixou dez vezes na última década. “O fato de que se trata do primeiro projeto que utiliza módulos fotovoltaicos fabricados de forma local contribui para o desenvolvimento dessas tecnologias no Brasil”, enfatiza Sauaia.
Apesar dos esforços, ainda há muito por fazer. “A luz solar no Brasil é muito superior à de países muito mais avançados, como a Alemanha”, assegura Mauro Lerer, engenheiro da Solarize, empresa que realiza cursos de formação em energia solar e consultoria no Rio de Janeiro.
Os cerca de 1,2 milhão de painéis fotovoltaicos do complexo de Pirapora são fabricados pela Canadian Solar no Estado de São Paulo. Essa fabricação local tem um custo “entre 30% e 40% mais alto” do que se os painéis tivessem sido produzidos na China, reconhece Paulo Abranches, diretor geral da EDF EN no Brasil.
A execução do complexo de Pirapora contou com o empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O financiamento foi de R$ 529 milhões. Para Marcos Cardoso, responsável pela área de energia no BNDES, investir em energia solar “é uma prioridade máxima” para que o Brasil cumpra o Acordo de Paris.
Fonte: O Tempo